esperava o sol nascer quando o vi.
voltava triunfante, com sorrisos de sexta.
de pronto, não o reconheci.
afinal, passou-se tanto desde o último encontro.
ouvi desconfiado suas primeiras palavras,
me envergonhei dos olhares e perguntas.
o sol que nos queimava era tão belo… e algo mudou.
beijou suavemente meu rosto.
olhou através dos meus olhos.
e mapeou meu corpo sutilmente,
como fazem as fadas.
a lua também se fez presente e me sorriu…e algo mudou.
– meu filho pródigo, abandonado aos becos,
esquecido em alguma lembrança de tempos distantes, te amo tanto!
você que alcançou a dobra do mar,
inundou meus olhos de alegria,
com notícias de uma nova terra.
ah, meu coração valente!
foi tão longe, sozinho… buscar-me essa felicidade.
nunca mais lhe abandono, quero-te comigo.
e desbravaremos juntos, ela e todas as mil léguas!
seremos felizes.
temos o sol e a lua como testemunhas
do nosso reencontro e do nosso amor.
meu coração voltou triunfante e com sorrisos de sexta,
e eu finalmente acordei.